quarta-feira, 8 de abril de 2009

Lembro-me.


Retiro as caixas de sapato do guarda roupa, sabendo, óbvio, que tu estavas, querendo ou não, trancado, sem nem precisar de cadeados, em cada uma delas. Recordo-me das pintadas com cores alegres, as rosas tingidas se sorrisos teus, os girassóis de palavras minhas. Umas escuras, essas lembravam nossas lágrimas, mais minhas que tuas, mas ainda assim eram nossas. Nossas: plural. Para mim, singular. Uma chamou-me atenção, não havia nada. Flores, nem canções. Lembrei-me do fato final, encerrou-se ali, no nada. Tu não quisestes dividir nada comigo, levastes tudo que havia de bonito e colorido, me deixastes com o escuro e o vazio. Carrego nossas caixas, além do que ficou, resta-me o amor.

Um comentário:

  1. Gosto de ler tuas (pseudo)desilusões (?).
    Ah, por que não tu não pões aquele formato menor de letra que nem nos teus primeiros posts?

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