quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Levanta.


Construímos uma casa na montanha, era tudo tão bonito, tinha o nosso cheiro, aquele que só os dois tínhamos o conhecimento da fragrância.
Era tempo tempestuoso, e eu temia isto, afinal casinhas bonitas sempre são frágeis. Mas tudo corria bem, as plantas eram coisas lindas e enchia olhos de quem quisesse por ali passar.
O acaso faz parte de qualquer história, ainda que bonita de se ouvir, então...
Finais deveriam de ser obrigatoriamente como um: final feliz, mas não como é coisa pronta e acabada, nossa casa foi destruída por mãos conhecidas. Rolaram lágrimas e queixas de uma só parte, como se a construção partisse de um singular.
Ficou tudo deste jeito, embaixo de pontes e barrancos. Não houve vontade, não houve intenção, não houve nada para o levante deste lar. Lá encontra-se, até hoje, uma placa escrita assim: “ Pronta para acabamentos.’’

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